Créditos: www.bombachalarga.org |
Estamos nos aproximando do
mês de setembro, quando vemos muitos gaúchos pilchados e usando chapéu. Eu que
sou tradicionalista e de vez em quando também uso boina e chapéu, tenho
constatado, que nos tempos modernos, as pessoas quando usam algum tipo de
cobertura, o fazem sem se preocupar com aquelas regrinhas básicas de civilidade
e boa educação que nós os mais antigos aprendemos com nossos pais.
Eu lembro como se fosse hoje:
Eu deveria ter uns cinco anos de idade, quando meu pai presenteou-me com o meu
primeiro chapéu, um rústico chapéu de palha para proteger-me do sol. Antes
mesmo de me entregá-lo, ele me explicou que dentro de casa não se usava chapéu
e quando eu fosse cumprimentar alguém, deveria retirá-lo. E quando
cumprimentasse alguém de passagem devia levar a mão à aba, levantando-o.
Mais tarde no Exército
aprendi que em recinto coberto, não se usa cobertura.
O Movimento tradicionalista
Gaúcho nas suas diretrizes para as pilchas gaúchas apenas especifica qual o
tipo de chapéu adequado para o gaúcho. Não versa sobre o correto uso do chapéu.
Todavia quando fala de situações em que se deve demonstrar respeito, recomenda
retirar o chapéu, como em solenidades em que se hasteia bandeiras e canta-se hinos.
A vinculação do chapéu com o
respeito, está implícita nas atitudes do gaúcho, principalmente daqueles mais
veteranos. Assim, aquilo que aprendi com meu pai, está valendo. No entanto
alguns gaúchos pilchados, notadamente os mais jovens, creio que por
desconhecimento, ignoram. Deduzo que o uso do chapéu em locais, momentos e
circunstâncias inadequadas, só tem explicação na pura falta de informação de
quem assim o faz. Pois temos que convir que um tradicionalista não tomaria
nunca de forma deliberada, uma atitude que denotasse falta de educação e
respeito.
Estudando os costumes de um
povo, nota-se que estes são passados de geração para geração, ou de pai para
filho, conforme se costuma dizer. Preocupa-me constatar que os pais não estão
mais ensinando o uso correto da cobertura (chapéu, boné, gorro, boina, etc.), aos
seus filhos, pois quando se perdem os sinais de respeito, é porque o próprio
respeito não está mais sendo ensinado aos nossos jovens. Claro que isso não é
regra geral, ainda existe famílias que preservam estes bons hábitos.
Cabe aos mais veteranos
tentar resgatar o uso correto do chapéu (cobertura em geral). No
tradicionalismo espera-se que os patrões dos CTGs e PTGs, orientem seus peões
quanto a este sadio costume de usar o chapéu com civilidade e respeito.
Pesquisando na internet
encontrei algumas regrinhas básicas de etiqueta para quem usa cobertura:
1. Nunca use seu chapéu dentro de uma residência, sala de
aula, restaurante, igreja ou escritório. Ao entrar num recinto desse tipo,
tire-o.
2. Carregue seu chapéu junto ao corpo quando o não
estiver usando, preferencialmente com a mão esquerda, virado para dentro. Se
tiver aba rígida, segure-o pela aba. Se não, segure-o pela coroa. O mais
elegante é retirar o chapéu com a mão direita e passá-lo para a mão esquerda,
mas pode tirá-lo com a mão esquerda diretamente.
3. Em ônibus, bondes, saguões de hotéis, trens, pode
mantê-lo. Se sentar, é melhor retirá-lo, principalmente se ao seu lado houver
uma dama, mas não é deselegante mantê-lo.
4. Ao ar livre, mantenha-o em sua cabeça, claro! É para
isso que ele serve. Mas com uma exceção: se você estiver parado e acompanhado
de uma ou mais mulheres, tire-o. Quando for andar, coloque-o de volta.
5. Em elevadores a regra é parecida com a do ar livre.
Pode usá-lo, mas se houver uma dama no elevador, retire-o.
6. Se estiver em uma passagem estreita e uma dama estiver
a cruzar-lhe o caminho, vire-se de lado, e levante o chapéu levemente. Quando
encontrar uma conhecida na rua e for seguir caminho com ela, faça o mesmo. De
novo: se o chapéu tiver aba rígida, levante-o pela aba; do contrário, pela
coroa. O comum hoje é trocar beijinhos com uma moça ao encontrá-la. Se for
fazê-lo, não apenas levante o chapéu, mas retire-o totalmente antes de
beijá-la.
7. Se encontrar um amigo homem, cumprimente-o levantando
o chapéu o suficiente para ele ser removido de sua cabeça e, então, coloque-o
de volta. Quando for beijar a mão de pais, padrinhos ou sacerdotes, convém
retirá-lo totalmente, e segurá-lo ao seu lado antes de fazê-lo.
Tiro meu chapéu àqueles que
concordam comigo.
Fonte! Chasque cultural gaúcho de Ibani
Jorge Bicca - Um peão do Rio Grande, publicado no sítio Chasque Gaudério. Abra
as porteiras clicando em http://www.chasquegauderio.blogspot.com.br/
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Levamos este chasque de fundamento para o programa Gritos do Quero Quero, no Momento da Cultura Regional, no dia 19 de julho de 2014.
Tivemos a presença do Patrão do CTG Amaranto Pereira, o Sr. Orlando Kunzler nos estúdios e ele solicitou uma cópia deste chasque, que vaia para o mural do CTG....
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